Publicado no Jornal OTEMPO em 15/10/2011
Nova York, EUA. Cozinhar alimentos dentro de casa usando madeira ou carvão para fazer fogo provoca cerca de 2 milhões de mortes por ano, segundo um estudo publicado nesta semana pela revista “Science”.
Cerca de 3 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, usam esses combustíveis para preparar alimentos. Porém, pouco se sabe sobre o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) descreve como a principal causa de morte global de origem ambiental.
A fumaça emitida por essas formas de cozimento primitivas enche os espaços sem ventilação das moradias, provocando pneumonia e doença pulmonar crônica e afetando especialmente mulheres e crianças, que passam mais tempo dentro de casa.
Facilitar o acesso de moradores de regiões remotas ou pobres a cozinhas eficientes e incentivar as crianças a frequentarem a escola em vez de perderem tempo recolhendo lenha são algumas sugestões dos pesquisadores para melhorar a saúde de milhões de pessoas.
“Muitas pessoas nos países desenvolvidos não se dão conta de que a fumaça do fogo empregado para cozinhar em espaços interiores é um terrível flagelo para a saúde de um grande número de pessoas”, disse um dos pesquisadores, Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.
“Os esforços internacionais para combater esse flagelo estão começando. O papel dos NIH é apoiar a pesquisa que determinará as formas mais eficientes e rentáveis para fazer isso, protegendo ao mesmo tempo a saúde humana”.
A Fundação Nações Unidas lançou sua própria associação público-privada para estabelecer um mercado de cozinhas limpas e combustíveis eficientes no mundo em desenvolvimento, chamada Aliança Global para Cozinhas Limpas.
O projeto da ONU quer levar, até 2020, fogões mais eficientes a 100 milhões de lares que utilizam a lenha.